As instituições sociais funcionam como estruturas de uma casa: suportam as pressões e as forças gravitacionais e formam relações equilibradas. Vigas, colunas têm a função de distribuir o peso da construção e dar, por longo tempo, sustentação e segurança em relação a peso, temperatura, tempestades. Na natureza não há improviso e cada átomo está em relação ao conjunto de todas as outras coisas. No reino Natural as coisas são [existem por si] e estão [se relacionam com todas as partes do mundo que lhe é exterior].
Nas sociedades as estruturas sociais regem, orientam, disciplinam, distinguem as relações entre as pessoas e entre as instituições. Os parâmetros morais da religião, as cargas que a trajetória da história entrega todos os dias, os processos da educação, os regimes de trabalho e produção, dizem o que devemos fazer e o que devemos evitar. Não se vai com qualquer roupa aos ritos religiosos; ainda que as pessoas desconheçam, a história contrai, todos os dias, a forma de existir [somos seres da história e na história]; os materiais, os professores, a “casa de aprendizagem” estão lá e exigem comportamentos regulados por forças imensas que penetram em nosso espírito existencial; o horário de trabalho, o ponto, a tarefa, a capacidade de se relacionar com pessoas muito diferentes é uma prerrogativa de “clima organizacional” e produtividade.
Somos regulados: é fato e condição para vivermos em grupo. Trocamos parte de nossa liberdade original pela proteção das instituições sociais, sempre inevitáveis. Aceitamos, com docilidade ...
Nas sociedades as estruturas sociais regem, orientam, disciplinam, distinguem as relações entre as pessoas e entre as instituições. Os parâmetros morais da religião, as cargas que a trajetória da história entrega todos os dias, os processos da educação, os regimes de trabalho e produção, dizem o que devemos fazer e o que devemos evitar. Não se vai com qualquer roupa aos ritos religiosos; ainda que as pessoas desconheçam, a história contrai, todos os dias, a forma de existir [somos seres da história e na história]; os materiais, os professores, a “casa de aprendizagem” estão lá e exigem comportamentos regulados por forças imensas que penetram em nosso espírito existencial; o horário de trabalho, o ponto, a tarefa, a capacidade de se relacionar com pessoas muito diferentes é uma prerrogativa de “clima organizacional” e produtividade.
Somos regulados: é fato e condição para vivermos em grupo. Trocamos parte de nossa liberdade original pela proteção das instituições sociais, sempre inevitáveis. Aceitamos, com docilidade que cada um tenha sobre si o mesmo mundo, a mesma organização, os mesmos parâmetros de relacionamento. O “certo social” para todos: seus aplausos e reconhecimentos; o “errado social” para todos: suas condutas de julgamento e punição. Na sociedade as pessoas têm desejos, pensam sobre o futuro, buscam o poder e o prestígio, desejam a morte de semelhantes. Há improvisos, súbitos, impulsos, imprudências.
Em princípio, as formas de regulação social são dadas pela política [tanto como Política de Estado quanto Política Social]. Política é a prima [primeira das horas canônicas] a regular a vida das pessoas e a lhe servir. Por isso um prefeito é o primeiro servidor público e não um astro das redes sociais; é o primeiro servo e não o primeiro comandante. O político deveria [é, deveria] servir aos interesses coletivos, não aos seus próprios.
Eis que em nossa História Política, o político se torna o capitão-mor, a lei, o mando, a veneração, o priore [primeiro entre dois], o prisma [cristal que decompõe a luz]. Na psicopatia da existência humana e das bólides [grande meteorito com ruído e luz quando penetra na atmosfera terrestre] da história, são os eleitores, reis originários das eleições, meros torcedores. Num repente da história, o chefe-eleitor passa a ser súdito, subalterno; e o eleito-servidor torna-se Rei donatário. Contamos nossa História Política da Era Moderna pelos atributos dos Impérios da Idade Média.
A Política do Repente é a produção do improviso proveitoso, do impulso pelo prazer pessoal, dos efeitos gozosos dos recursos públicos [composto como sem dono], dos interesses oportunistas, da ausência de Planos de Futuro. Não é à toa que os Partidos Políticos não têm Programa de País ou Programa de Governo; não é por acaso que a Fidelidade Partidária é concubina da Janela de Transferência. E como um súbito da história surge em Paranoá o Presidencialismo de Coalisão que não consegue nem ser um regime Presidencialista, nem um Estado Parlamentarista.
Habitamos numa casa cuja história da cultura política tem peso de isopor em ideologias e cidadania e de bigorna em personalismo e patrimonialismo. Não há porque adorar presidentes, pelo simples fato que devemos defender a cidadania.