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Coluna Fato&Comentário

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Por Edison d'Ávila -

Professor e historiador Moacir Costa


Professor e historiador Moacir Costa

Conheci o professor Moacir Costa quando ainda estagiário no Museu Histórico de Itajaí, sendo ele aluno do Curso de História da Universidade do Vale do Itajaí/Univali.

Já durante os anos do estágio, demonstrou grande interesse acerca do conhecimento histórico de Itajaí, iniciando-se em leituras e  pesquisas no acervo documental do Arquivo Público de Itajaí.

Nascia ali, com certeza,  o gosto pela pesquisa histórica e o futuro historiador que o curso superior formava.  Era sensível,  muito atento, e buscava desvendar  processos  vivenciados na história da gente de Itajaí. Logo  aflorou-lhe todo interesse pela história vista de baixo, máxime do negro na sociedade itajaiense. 

Esforçado e estudioso, ele participou do primeiro concurso público de ingresso à Fundação Genésio Miranda Lins, mantenedora do Museu Histórico e Arquivo Público de Itajaí, em 1998, tendo recebido aprovação como “Guarda do Museu e Arquivo”. Depois de se formar, ingressou no magistério público municipal e estadual como professor de história; tendo atuado também como técnico na Secretaria Municipal de Educação de Itajaí.

Ainda como acadêmico,  publicaria aquela que deve ter sido sua primeira produção historiográfica, o artigo “Cansei de ser moderno, quero ser eterno”, estampado no “Anuário de Itajaí”, edição do ano 2000. Nesse escrito, com  tema sobre políticas de cuidados com o corpo, implementadas em Itajaí, como práticas de “modernidade”, no começo do século XX,  ele enquanto historia o surgimento de clubes e associações desportivas, não deixa de registrar a discriminação social e racial imperante nessas agremiações e na cidade. Já como historiador, viria a publicar livros importantes sobre a história do negro em Itajaí.

Essa consciência e seu compromisso  com o combate à exclusão social e ao racismo o fizeram militante do movimento negro. A militância de grupos da população afrodescendente itajaiense emergira a partir de 1991, com a criação do Movimento Negro Tio Marcos, pioneiro na luta contra o racismo, como prescreviam seus estatutos: “combate ao racismo, onde ele se faça presente; luta contra a discriminação racial e o preconceito de cor”; além do resgate da cultura de raízes africanas. Desse primeiro movimento se originaram os outros movimentos negros ora existentes na cidade.

O resgate das manifestações culturais de origem africana se deu principalmente pela retomada da “Festa de Nossa Senhora do Rosário”. Legítima criação da cultura afro-brasileira, a festa era secularmente realizada em Penha, mas havia sido levada à extinção. O movimento negro de Itajaí, então, fez o resgate  e a vem realizando na cidade, com suas danças e cantos de origem africana,  denominados congada, catumbi, Moçambique. Moacir e esposa foram rei e rainha da festa num ano.

A morte repentina do professor Moacir Costa, ocorrida na semana que passou, lamentavelmente vem privar a historiografia itajaiense de um competente operador do ofício de historiador.


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