A perda de um ente querido é uma das experiências mais desafiadoras que podemos enfrentar na vida. Como psicóloga especializada em luto e perdas, vejo como esse processo é profundamente pessoal e único. Não existe um tempo ou caminho preestabelecido para atravessar a dor do luto. Cada indivíduo lida com a perda à sua maneira, o que torna a experiência não apenas difícil, mas também uma jornada de autoconhecimento e uma nova reorganização.
Ao longo dos anos, os estudos sobre o luto têm avançado. Em vez de seguir modelos lineares de “fases” fixas, como o proposto por Elisabeth Kübler-Ross, sabemos hoje que o luto é multifacetado e pode envolver uma mistura de emoções, como tristeza, raiva, culpa e até desorientação. Cada pessoa experimenta a perda de forma particular e, por isso, o processo de adaptação a essa nova realidade exige paciência, tempo e, muitas vezes, apoio especializado.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem sido uma ferramenta eficaz para ajudar aqueles em luto. Durante esse período, muitos enlutados se veem tomados por pensamentos ruminativos, ...
Ao longo dos anos, os estudos sobre o luto têm avançado. Em vez de seguir modelos lineares de “fases” fixas, como o proposto por Elisabeth Kübler-Ross, sabemos hoje que o luto é multifacetado e pode envolver uma mistura de emoções, como tristeza, raiva, culpa e até desorientação. Cada pessoa experimenta a perda de forma particular e, por isso, o processo de adaptação a essa nova realidade exige paciência, tempo e, muitas vezes, apoio especializado.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem sido uma ferramenta eficaz para ajudar aqueles em luto. Durante esse período, muitos enlutados se veem tomados por pensamentos ruminativos, como “nunca mais vou ser feliz” ou “não consigo seguir em frente”. A TCC trabalha para identificar esses pensamentos automáticos e reestruturá-los, permitindo uma visão mais equilibrada diante da dor e da perda. O objetivo não é apagar a dor, mas ajudar a lidar com ela de maneira mais saudável, respeitando as emoções que surgem no processo de enfrentamento, para ter no futuro um luto integrado à vida, pois ele fará parte dela.
Além disso, a TCC oferece técnicas de regulação emocional, psicoeducação e reavaliação cognitiva, que ajudam a pessoa a lidar com as emoções intensas sem que elas dominem por inteiro sua vida. O luto envolve um turbilhão de sentimentos, mas ao aprender a gerenciá-los de forma eficaz, o enlutado pode começar a reconstruir sua vida, mesmo diante da ausência.
O apoio social também desempenha um papel fundamental nesse processo. Embora o luto seja uma experiência pessoal, não precisa ser vivido em solidão. O apoio de amigos, familiares ou grupos de suporte pode ser reconfortante, oferecendo um espaço onde o enlutado se sinta acolhido e validado. Porém, é fundamental que esse apoio respeite o tempo de cada pessoa. A pressa para que o enlutado “supere” a dor pode aumentar a sensação de solidão e incompreensão.
O mais importante, no entanto, é permitir-se sentir a dor sem julgamentos. A dor do luto é uma reação natural à perda e é parte do processo de ressignificação. Ignorar ou evitar essa dor só prolonga o sofrimento. Ao aceitá-la, a pessoa começa a integrar a perda de forma mais saudável, sem ser consumida por ela.
O luto é uma jornada pessoal e única. Como psicóloga, sei o impacto profundo que a perda tem na vida de cada pessoa. A Terapia Cognitivo-Comportamental oferece ferramentas para lidar com a dor e promover uma adaptação mais saudável à nova realidade. O luto não deve ser apressado ou minimizado. Com o apoio adequado, o enlutado pode encontrar um novo equilíbrio, honrando sua saudade e seguindo em frente, respeitando o tempo necessário para sua recuperação. Para mais informações sobre o luto acesse @vanessatonnet.psi