Escracho

Céia foi a primeira drag-queen de Itajaí a aliar animação com crítica social

Irreverente e com “língua afiada”, marcou a cena alternativa

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Há 30 anos  Céia fez história na noite da região (FOTO: JOCA BAGGIO)
Há 30 anos Céia fez história na noite da região (FOTO: JOCA BAGGIO)

A personagem Céia nasceu no início da década de 1990. Foi parida pelo ator Maurício Bento e tem muito o que contar, mesmo com sua pouca idade: ela é apenas uma senhora, digamos, balzaquiana, afinal, a personagem está na casa dos 30 anos. Céia fez história na noite alternativa de Itajaí, Balneário Camboriú e Florianópolis. No entanto, seu criador é “peixeiro da gema”: Maurício nasceu no São João e cresceu no São Judas. Já a personagem foi concebida, gestada e criada no bairro São Judas. Junta, essa dupla é imbatível.
Com graduação em Estudos Sociais e especialização em História, Maurício também frequentou cursos de formação em teatro na Casa da Cultura Dide Brandão nos idos anos de 1980 e chegou a integrar a formação de um grupo de teatro infantil. “Formamos esse grupo para animar festas e até fizemos algumas peças”, lembra. Dos palcos infantis para os palcos da noite LGBTQIAPN+ foi um pulinho. Aliás, pular e saracotear é o que Céia mais faz quando comanda a cena.
Fora dos palcos, Maurício leciona história para alunos do ensino fundamental e médio. Inclusive, milhares de estudantes, não apenas de Itajaí, mas de diversas cidades da região, compartilharam de seus conhecimentos.

Estética diferenciada
“Acredito que a Céia Pentelhuda [hoje Céia Maravilha, em homenagem ao ícone gay Elke Maravilha] surgiu em outro momento e fez história porque veio com uma estética diferenciada das drag-queens que se apresentavam na época”, relata Maurício. Afinal, enquanto as atrizes da cena gay buscavam ao máximo parecerem mulheres e apenas dublavam sucessos da era Disco, Céia era a personificação do escracho. Mais do que isso: foi sinônimo de resistência.
Inspirada nas drags Anthony (Hugo Weaving) e Adam (Guy Pearce), e na transexual Bernadette (Terence Stamp), do icônico filme “Priscilla, a rainha do deserto”, Céia levava para o palco temas controversos. De forma divertida e com vasto conhecimento e consciência social, ela abordava sexualidade, política e igualdade social.
Com relação à sua cidade e ao itajaiense, o ator diz que nunca foi alvo de homofobia ou qualquer tipo de preconceito. “Além dos palcos, eu animei casamentos chiques e outros nem tanto [risos], festas de aniversário de socialites e também de pessoas de baixa renda, festas de empresas e fui até convidada para animar um batizado e uma festa de primeira comunhão”, lembra.

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Mas não é fácil ser bonita”

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Confidenciou Maurício enquanto se produzia para a sessão de fotos que fez para o Especial de Itajaí. Afinal, só a maquiagem levou mais de duas horas. Sem contar a pré-produção, que  levou praticamente meio dia. Mas valeu a pena. Maurício Bento, ou Céia, é aquele personagem único e que só tem a agregar
 




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