Um sexto pescador foi encontrado sozinho no início da noite de domingo pela aeronave Super Cougar, da Marinha. Deivid Luiz Monteiro Ferreira estava com dois salva-vidas amarrados ao corpo. O pescador estava com sintomas de hipotermia e de desidratação e foi levado de helicóptero para um hospital de Florianópolis.
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Os cinco outros sobreviventes são Domingos Pereira do Rosário, Zoel Teixeira Barros, Djalma dos Santos Silva, Mário Gomes Soares e Luiz Carlos Messias da Silva. O grupo de cinco homens desembarcou do Thor Frigg por volta das 10h de domingo, no cais da Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí. Eles são moradores de Navegantes e trabalham para uma empresa de Itajaí.
Em bom estado de saúde, eles foram atendidos no local pelos bombeiros e socorristas do Samu e depois levados de ambulância para o Hospital Marieta Konder Bornhausen para avaliação médica. A chegada das vítimas foi acompanhada pelos familiares, aliviadas após cerca de 30 horas em busca de informações e notícias sobre o naufrágio.
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A esposa de Djalma, Katirene Pereira dos Santos, de 34 anos, contou que soube do acidente ainda na noite de sexta-feira, através de um amigo do marido. “Desde então, foi só sofrimento”, relatou. Segundo informou, o marido, também de 34 anos, saiu pra pescaria na quarta-feira da semana passade Itajaí. Seria a primeira viagem dele na tripulação recém-contratada.
A intenção do grupo era seguir próximo à costa, prevendo atracar em Imbituba se as condições de tempo piorassem. O naufrágio foi reportado na sexta-feira à noite, quando a embarcação enviou o último sinal de posição, a cerca de 40 quilômetros da ponta de Garopaba, ao sul de Florianópolis.
Na noite de sábado, a Marinha do Brasil informou que o navio Thor Frigg tinha resgatado com vida cinco dos oito membros da tripulação do barco pesqueiro. “A sensação é ao mesmo tempo de alívio, mas também de tristeza pelos desaparecidos”, disse Katirene. As buscas continuam para localizar outros dois pescadores.
Seguem as buscas
A Marinha continua as buscas atrás dos pescadores Alisson da Silva Santos e Diego Silva de Brito, que estavam desaparecidos até o fechamento desta edição, na noite de domingo. Para as buscas foram mobilizados o navio patrulha Benevente, o navio de pesquisa Ramform Thethys e o barco Igo Martins, além da aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) e de um helicóptero da Marinha do Brasil.
Ondas gigantes em dia de passagem de ciclone
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O pesqueiro Safadi Seif já pertenceu a JS Pescados, empresa da família do senador Jorge Seif Jr. (PL). A embarcação também já foi de um armador do Rio Grande do Norte e recentemente voltou ao estado após ser negociada por armadores de Itajaí. Maurício Manoel Filho é o atual dono do barco.
A tripulação tinha saído pra pesca de espinhel, em águas profundas a cerca de 130 quilômetros da costa. Espécies como meca, dourado e atum são capturadas na modalidade. Durante o trajeto, a embarcação enfrentou ondas gigantes, de até oito metros, na costa catarinense, devido à passagem de um ciclone extratropical no oceano.
Em entrevista coletiva na manhã de domingo, a Marinha do Brasil informou que o ciclone influenciou no naufrágio. Um inquérito administrativo, com prazo de 90 dias de conclusão, foi aberto pra apurar as causas e responsáveis.
Segundo a Marinha, o pesqueiro possuía, além da balsa usada pelos cinco sobreviventes resgatados, um bote de salvamento. O equipamento pode ter sido usado pelos dois tripulantes ainda desaparecidos. A Marinha acredita que eles podem estar vivos.
“Temos esperança de encontrá-los vivos”, disse o comandante do 5º Distrito Naval, Silvio Luís dos Santos, à imprensa. Ele lembrou que ainda na quinta-feira um alerta da Marinha previa vento forte na costa do Rio Grande do Sul até Laguna, no sul de Santa Catarina, até sábado.
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Durante a semana também teve alerta de ressaca entre o litoral gaúcho e Floripa, devido ao deslocamento do ciclone. Em depoimento, os sobreviventes relataram que o mar estava muito alto e que, no momento do naufrágio, o barco foi atingido por ondas gigantes.