A protetora animal independente Joice Maria Ferreira, de Itajaí, publicou vídeos nas redes sociais durante a última semana criticando o funcionamento das filas de microchipagem e castração de animais na Unidade de Acolhimento Provisório de Animais (Uapa) da cidade, a demora para os procedimentos e a falta de visibilidade dos protetores diante do poder público, assim como a “indiferença com toda a causa animal”.
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Segundo Joice, os protetores estariam sendo prejudicados pelo sistema e, com isso, menos animais podem ser resgatados. “Para eles a gente não existe, parece que eles estão fazendo favor ...
Segundo Joice, os protetores estariam sendo prejudicados pelo sistema e, com isso, menos animais podem ser resgatados. “Para eles a gente não existe, parece que eles estão fazendo favor para nós, e ao contrário, a gente que está fazendo favor ao poder público. Eu quero que haja mobilização”, destaca.
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“Hoje, na Uapa, tem 400 animais que estão abrigados, aptos para adoção. Porém, se não existisse o trabalho das protetoras, hoje com certeza seriam mais de dois mil animais. A gente resgata principalmente animais que estão fora do critério da Uapa, tendo o custo de alimentação, limpeza, produtos, exames. Itajaí não ajuda com nenhum centavo ONGs ou protetoras. A gente faz um trabalho de utilidade pública, um trabalho em prol do bem-estar da comunidade, mas não temos nenhum reconhecimento, nem pela câmara de vereadores. E nem pela prefeitura”, se queixa.
Nos vídeos, a protetora cita a nova lei de autoria da vereadora Anna Carolina Martins (PSDB), sancionada em setembro. A medida prevê a criação da “fila única da castração e microchipagem de cães e gatos”, e obriga o município a divulgar em seu site a lista dos pets que aguardam os procedimentos. Porém, a vereadora explica que a lei ainda não foi regulamentada pelo município, apesar de aprovada há mais de dois meses.
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“Os procedimentos estão demorando mais porque o mutirão acabou. Fora isso, a equipe que trabalha na Uapa ajudou no Parcão durante as chuvas, o que também atrasou a fila. Sobre a preferência aos protetores, eu acredito que eles deveriam ter preferência, mas não cabe a mim decidir, cabe ao Volnei”, respondeu Anna.
De acordo com a vereadora, o intuito da lei é trazer transparência para a fila dos procedimentos. Com a lista disponível em um site, os tutores e protetores vão poder ter acesso ao tempo de espera, quantidade de animais em espera e justificativa para os procedimentos de forma simplificada. Atualmente, os solicitantes enviam os documentos dos pets para o Instituto Itajaí Sustentável (Inis), via WhatsApp, e aguardam a agendapela da castração ou microchipagem.
Andréia Paula Resch, diretora de Defesa e Proteção dos Animais, explicou que está em andamento a criação do site onde pessoas deverão fazer o cadastro e também uma instrução normativa com as orientações e documentos utilizados para o cadastro das vagas de castração. Porém, a diretora não comentou sobre a possibilidade de priorização dos protetores animais.