Emergência climática

Enchentes são causadas por condições geológicas e ações humanas, mostra estudo

Pesquisa de geólogo demonstra que só medidas urgentes podem diminuir os impactos dos desastres naturais

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

“O desmatamento, a urbanização descontrolada e a falta de planejamento urbano têm tornado as comunidades mais vulneráveis
(foto: Gustavo Mansur Palácio Piratini )
“O desmatamento, a urbanização descontrolada e a falta de planejamento urbano têm tornado as comunidades mais vulneráveis (foto: Gustavo Mansur Palácio Piratini )
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As causas das inundações constantes em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul estão relacionadas às características geológicas específicas e ações humanas nas regiões. É o que indica um estudo conduzido nos dois estados pelo pesquisador Allan Álvaro Júnior Tagliari, geólogo da Universidade Cândido Mendes (Ucam), em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.

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Allan conta que a pesquisa, já concluída, foi feita percorrendo o Rio Grande do Sul nas regiões onde hoje estão alagadas pelas chuvas históricas que atingem o estado gaúcho e também em ...

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Allan conta que a pesquisa, já concluída, foi feita percorrendo o Rio Grande do Sul nas regiões onde hoje estão alagadas pelas chuvas históricas que atingem o estado gaúcho e também em Santa Catarina, passando por cidades também afetadas pelas chuvas da semana passada, como Capinzal. A pesquisa apontou a necessidade de medidas preventivas e de adaptação para lidar com esse desafio no futuro.

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Conforme o pesquisador, o estudo identificou que a topografia montanhosa e a presença de bacias hidrográficas extensas são fatores geológicos fundamentais que contribuem para as inundações nos dois estados. “Nas regiões serranas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as chuvas intensas combinadas com o terreno íngreme resultam em um rápido escoamento de água para os vales e planícies adjacentes, aumentando significativamente o risco de inundações”, explica.

Ele informa que a análise destacou a importância da geologia do solo na capacidade de absorção e drenagem da água. “Solos saturados, com baixa permeabilidade, são menos capazes de absorver o excesso de água das chuvas, o que pode levar a inundações generalizadas, especialmente em áreas urbanas onde o solo foi compactado pelo desenvolvimento humano”, explica.

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Mas os desastres não têm só relação com as condições geológicas, havendo uma interação complexa com atividades humanas, que agravariam ainda mais o problema. “O desmatamento, a urbanização descontrolada e a falta de planejamento urbano adequado têm exacerbado os efeitos das características geológicas naturais, tornando as comunidades ainda mais vulneráveis aos impactos das inundações”, comentou.

Na região do Vale do rio Itajaí, Allan destaca a ocupação desordenada e o assoreamento do rio, que podem tornar as cheias mais severas e frequentes. O estudo ressaltou a necessidade de ações integradas que combinem a gestão sustentável da terra, o manejo de bacias hidrográficas, o planejamento urbano e o investimento em infraestrutura de drenagem.

“Somente através de uma abordagem holística, que leve em consideração tanto os aspectos geológicos quanto às atividades humanas, será possível reduzir efetivamente o risco e a frequência das inundações em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, protegendo assim as vidas e os meios de subsistência das comunidades afetadas”, conclui o pesquisador.

Estados ignoram estudo

O estudo do geólogo é particular, financiado com recursos da empresa da família do pesquisador. Ele conta que a pesquisa não foi entregue às autoridades porque tanto os governados de SC quanto do RS não teriam dado importância. Há cerca de seis meses, Allan relata que tentou entregar o estudo nas secretarias dos estados, mas a pesquisa ainda segue nas mãos do pesquisador.

Ele comenta que o tema ganha destaque neste momento com a enchente histórica no Rio Grande do Sul, em ocorrências previstas no estudo a partir do acompanhamento das formações de chuva ao longo dos meses. Também foram identificadas mudanças na foz dos rios, quedas de margens e riscos de deslizamentos.

“O resultado da fatura chegou. A nova temporada de chuvas no estado do Rio Grande do Sul eu tentei avisar mas, infelizmente, riam da minha cara e faziam toda sorte de insinuações, que eu era mais um geólogo de uma universidade particular falando bobagem”, lamenta.

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Novo comboio de bombeiros catarinenses viaja ao Rio Grande

Equipes saíram de Araranguá e Lages pra ajudar no resgate de pessoas   (foto: DIVULGAÇÃO CBMSC)
Equipes saíram de Araranguá e Lages pra ajudar no resgate de pessoas   (foto: DIVULGAÇÃO CBMSC)

 

Uma nova equipe de força-tarefa do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina viajou para o Rio Grande do Sul. Os 39 socorristas saíram de Araranguá na segunda-feira e já estão no estado vizinho. Eles vão focar a atuação na região de Canoas e Encantado. Até a tarde de terça-feira, duas pessoas e um animal já tinham sido resgatados.

O grupo de 39 bombeiros foi dividido em duas equipes: uma com embarcações para acesso a locais de difícil acesso por conta das fortes correntezas e a outra com equipamentos para deslizamento.

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Na manhã de terça-feira, outro comboio com mais oito bombeiros militares saiu de Lages para o RS. Além dos socorristas, foram levados quatro cães, duas viaturas, dois caminhões, uma mini-escavadeira e um quadriciclo. Esse grupo vai atuar com foco nas áreas afetadas por deslizamentos para busca e resgate de vítimas.

São 47 bombeiros militares de SC em atuação no estado vizinho. Desde quarta-feira passada, dia 1º de maio, equipes catarinenses prestam apoio ao Rio Grande do Sul. Nesta segunda-feira, 32 profissionais retornaram para SC.

 

Mais bairros de Porto Alegre ficam alagados; já são 95 mortes no RS

RS tem 95 mortes pelas cheias e 207 mil pessoas ainda estão fora de casa (foto: DIVULGAÇÃO CBMSC)
RS tem 95 mortes pelas cheias e 207 mil pessoas ainda estão fora de casa (foto: DIVULGAÇÃO CBMSC)

 

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Apesar de Porto Alegre estar com céu limpo desde domingo, o nível das águas alagaram áreas que não tinham sido atingidas pela enchente até terça-feira.

Moradores dos bairros da Cidade Baixa, no centro da capital gaúcha, e do Menino Deus, na zona sul, tiveram de esvaziar os imóveis depois que bombas de drenagem da prefeitura foram inundadas e acabaram sendo desligadas por questões de segurança.

As bombas são responsáveis por tirar a água e jogar de volta ao rio Guaíba, que está com 5,27 metros, acima da cota de inundação. Com o desligamento, as ruas, carros, casas e comércios foram tomados pela água em menos de meia hora. Equipes de segurança ajudaram a esvaziar os imóveis.

Ainda na tarde de terça, um gerador de energia começou a ser instalado para a retomada do funcionamento das bombas de água iniciar ainda na noite de terça.

Até terça à tarde, cerca de 80% dos municípios do Rio Grande do Sul já tinham sido afetados pelas fortes chuvas, segundo o boletim da Defesa Civil estadual.

O balanço aponta ainda 95 mortes confirmadas pelas cheias e outras quatro mortes em investigação.

O estado registra 131 desaparecidos e 372 feridos. Há 207,8 mil pessoas fora de casa por conta da enchente, com 48,8 mil pessoas em abrigos e outras 159 mil nas casas de familiares ou amigos. 




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