A pastora Paula Bernardo, ex-assessora especial do prefeito Volnei Morastoni, foi demitida novamente nesta sexta-feira, apenas dois dias após reassumir o cargo no gabinete. Paula havia sido nomeada na quarta-feira, três dias após as eleições, para voltar ao posto de assessora especial. No entanto, devido ao mal-estar gerado entre o PL, partido pelo qual Paula concorreu a uma vaga na câmara, e o MDB, partido do prefeito, sua nomeação foi revogada. Tanto o MDB quanto o PL repudiaram a nomeação.

A portaria que reconduzia Paula ao cargo foi tornada sem efeito pela portaria nº 4305, publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial do Município de Itajaí. O documento anulou a portaria anterior, de nº 4289, que oficializava sua nomeação no dia 9 de outubro de 2024. Paula obteve 1100 votos nas eleições, mas não conseguiu se eleger, ficando como suplente do PL.

Em postagem nas redes sociais, Paula tinha justificado sua recontratação, afirmando que estava contribuindo na transição do governo e destacando sua experiência. "Estou, sim, ajudando na transição do governo, isso é normal. Além de ter experiência profissional, sou a maior referência do governo Volnei e posso contribuir com a transição na cidade", disse.

A assessoria do prefeito eleito, Robison Coelho, informou ao DIARINHO que a decisão de Paula de retornar ao governo foi pessoal, sem anuência ou conhecimento prévio do PL.

O presidente do PL de Itajaí, Rubens Angioletti, em nota, frisou que a executiva do partido tem uma reunião agendada para a próxima terça-feira, onde o assunto será discutido. "Meu encaminhamento é pelo desligamento dela do quadro do PL municipal", afirmou.

MDB repudia nomeação

A executiva municipal do MDB Itajaí também emitiu uma nota oficial, afirmando que não compactuava com a decisão tomada de forma isolada pelo prefeito Volnei Morastoni. "O resultado das urnas refletiu os erros cometidos durante a gestão Volnei Morastoni nos seus oito anos. Pessoas que usaram seus cargos públicos para atingir o próprio governo, no decorrer dos oito anos de gestão, para defesa de outras siglas partidárias de oposição, são vistas hoje retornando para os mesmos cargos nomeados pelo prefeito Volnei Morastoni. O prejuízo para o governo e a cidade é incalculável", disse a nota assinada por Wilson Rebelo Júnior, presidente do MDB de Itajaí.

O partido lembrou que o PL, que fez parte da base da administração Morastoni nos últimos anos, passou a ser oposição ao lançar chapa própria para a disputa da prefeitura de Itajaí, com Robison Coelho e o vice, vereador Rubens Angioletti, que saíram vitoriosos na eleição. "O MDB tem uma grandiosa história com Itajaí e merece ser respeitado, da mesma maneira que sempre respeitou seu maior representante. Todos aqueles que foram para as ruas defender essa gestão perante os eleitores estão sendo surpreendidos com esta atitude desproporcional e duvidosa do prefeito Volnei", finalizou.