O aposentado Aldo Marcial dos Santos, de 73 anos, achou que fosse morrer dentro do hospital Imigrantes, em Brusque, na tarde de quinta-feira passada. Morador da rua Goiás, no loteamento Costa Cavalcante, em Itajaí, ele viajou com o ônibus da secretaria de Saúde para fazer exames necessários à cirurgia de retirada de duas hérnias.
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Após realizar um ecocardiograma, seu Aldo, que é diabético, passou mal e precisava de insulina. Mesmo estando dentro de um hospital, ele não recebeu o medicamento porque o hospital é particular ...
Após realizar um ecocardiograma, seu Aldo, que é diabético, passou mal e precisava de insulina. Mesmo estando dentro de um hospital, ele não recebeu o medicamento porque o hospital é particular e não atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A aplicação só seria feita mediante pagamento.
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Seu Aldo fazia parte de um grupo de moradores de Itajaí encaminhados para cirurgia em Brusque, por meio de convênio com o governo do estado. Diante da negativa do hospital, ele foi levado de volta ao ônibus da prefeitura, onde foi amparado. O motorista tentou contato com a Secretaria de Saúde de Itajaí para saber como proceder, mas, das 13h30 até as 17h30, não houve resposta e nenhum atendimento foi prestado.
O ônibus voltou a Itajaí sem que o aposentado recebesse a medicação. “Que governador é esse? Que prefeito é esse? Paguei 50 anos de INSS para quase morrer dentro de um hospital sem poder receber insulina”, desabafou ao DIARINHO, com lágrimas nos olhos.
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Seu Aldo não sabia que o hospital Imigrantes era particular e que, por isso, não poderia receber medicamentos do SUS. Ele também contou que não queria fazer a cirurgia em Brusque, mas aceitou por estar há quatro anos na fila de espera.
Desde janeiro, quando iniciou os procedimentos para a cirurgia, ele já foi três vezes ao hospital com o ônibus da prefeitura. Nas duas primeiras, não teve problemas. Mas na última, passou mal e ficou sem atendimento.
Hospital confirma que não aplicou insulina em paciente
O hospital Imigrantes confirma que atendeu o paciente Aldo por meio do convênio entre a prefeitura e o governo do estado, com a realização do exame e liberação dele por volta das 9h. Após ele passar mal, a unidade também confirmou que não aplicou insulina no paciente, já que não possui convênio com o SUS no pronto atendimento. “O paciente - que é diabético - sinalizou necessidade de atendimento e prontamente foi acolhido pela equipe de enfermagem. Entretanto, como o hospital não é credenciado para pronto atendimento pelo SUS, apenas para procedimentos previamente agendados, medicamentos de uso contínuo, como a insulina, devem ser providenciados pelo próprio paciente”, disse o hospital, em nota.
A unidade ainda afirmou que, como medida de apoio, a equipe do hospital adiantou os atendimentos dos demais pacientes de Itajaí, pra agilizar o retorno do ônibus para o município e minimizar o tempo de espera.
Já a Secretaria de Saúde de Itajaí informou que, mesmo sem aplicação de insulina no hospital dos Imigrantes, o paciente foi devidamente atendido. “Na ocasião, havia outros pacientes de Itajaí na unidade, e todos foram priorizados no atendimento, inclusive sendo passados à frente de pacientes de outros municípios, com o objetivo de garantir que pudessem retornar mais cedo para suas casas”, informou a nota.