Agosto Lilás
Pedidos de medidas protetivas batem recorde em Balneário Piçarras
Apesar da violência, índices de feminicídio caíram nos últimos 10 anos
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]





A programação do Agosto Lilás encerrou com um sinal de alerta em Balneário Piçarras: o número de medidas protetivas solicitadas ao Poder Judiciário local foi recorde para o mês – 16 mulheres procuraram a justiça para se proteger de maridos violentos, índice registrado somente na última semana do mês.
A informação é da presidente do Coletivo Mulheres do Brasil em Ação (CMBA), Regina dos Santos, que aponta que esse é geralmente o número de pedidos durante todo o mês, mas foi registrado em apenas sete dias.
Segundo a ativista – que lidera um grupo de mulheres voluntárias e também um segmento de lideranças femininas capacitadas para o enfrentamento à violência doméstica, as chamadas Promotoras Legais Populares (PLPs), não foi apenas a exposição oferecida pelo Agosto Lilás a responsável pelo aumento de busca por proteção e acolhimento, mas também a ampliação da oferta dessa proteção judicial.
“Hoje, a mulher chega na delegacia, seja em Balneário Piçarras, Penha, na região, e há a inscrição para o pedido de medida protetiva mais facilitado; o apoio do Conselho Nacional de Justiça, o CNJ”, reforçou Regina ao DIARINHO. A visibilidade da luta contra a violência na região também é positiva, mas Regina acredita que um outro fato interfere na decisão da mulher em pedir ajuda.
“Esse fato é a violência contra as crianças, contra os filhos dessa mulher”, aponta. “Enquanto somente a mulher apanha, só ela é alvo da violência, ela tende a não denunciar, não tem essa coragem. Mas os maridos, companheiros, têm ficado mais violentos e avançam em direção aos filhos. Aí elas buscam a delegacia, o fórum, o CMBA”, detalha.
Balneário Piçarras encerrou a programação do Agosto Lilás, com um evento na Câmara de Vereadores na semana passada. Segundo o secretário Dorval Vieira, da Assistência Social, as políticas públicas voltadas à proteção da mulher seguirão em andamento na cidade.
Dorval defende que, apesar do aumento expressivo dos pedidos de protetivas, o feminicídio caiu 40% na série histórica da cidade, ao comparar números da última década, e não houve crimes violentos contra mulheres no mês de agosto, foco da campanha.
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