Violência
OAB de Balneário Piçarras se posiciona diante de onda de crimes contra mulheres
Em uma semana, uma mulher foi espancada pelo irmão, uma foi agredida e outra atropelada pelo próprio ex
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]



Samantha Andrade, presidente da 42ª Subseção da OAB de Itajaí, que compreende Balneário Piçarras, Penha, Barra Velha e São João do Itaperiú, confirmou nesta sexta-feira que advogados da subseção acompanham o andamento do pedido de prisão preventiva do homem que atropelou a própria ex-companheira no sábado de aleluia, dia 19, em Itajuba, Barra Velha.
Samantha observou que já na segunda-feira, dia 21, colocou a estrutura da OAB à disposição da advogada Natalia Knapick, coordenadora de Combate à Violência Doméstica da Subseção, e também da advogada Helena Werke, defensora da vítima.
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A posição das advogadas deu-se depois que casos de violência contra a mulher na região da 42ª Subseção tiveram uma escalada nos últimos dias – além do caso da mulher atropelada, houve outra vítima espancada em Penha, pelo irmão (também no final de semana da Páscoa), e mais uma alvo de agressões físicas em São João do Itaperiú – totalizando três crimes recentes.
Samantha considerou “graves os fatos ocorridos” e adiantou que a violência doméstica volta a ser objeto de discussão no âmbito da OAB, que defende a ampliação da segurança, proteção e acolhimento das vítimas. Segundo a presidente, a OAB também está apurando se houve demora no atendimento à vítima de Itajuba, conforme foi denunciado pela advogada helena Werke.
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Relembre os casos
O brutal episódio de tentativa de feminicídio de Itajuba ocorreu na véspera da Páscoa, quando a vítima foi atacada pelo ex-marido, contra quem já tinha medida protetiva em vigor. A princípio, ela foi sequestrada de sua casa e ao fugir do veículo, em movimento, foi por ele atropelada e ferida, sendo hospitalizada em seguida, com múltiplos ferimentos, entre eles, uma fratura exposta.
A situação tomou contornos ainda mais graves pois a Polícia Militar local foi chamada, e teria ido apenas uma vez atender a ocorrência, sem retornar diante de outras duas solicitações da vítima. A prisão preventiva do agressor foi solicitada por Helena e pela advogada Natália, porém, ele segue em paradeiro desconhecido.
O DIARINHO buscou contatou com a PM de Barra Velha na ocasião, sem retorno. "Ele deixou claras suas intenções. Inclusive constam nos boletins de ocorrência que ele vai matá-la e depois tirar própria vida", observou Helena à reportagem. A advogada Tatiane Knapik ponderou que está dialogando com a PM e prefere não falar diretamente em "negligência" no atendimento. A OAB, entretanto, pediu à corregedoria da PM detalhes sobre como foi a resposta por parte dos policiais.
No caso de Penha, a vítima foi espancada pelo irmão após proteger a própria cunhada das agressões físicas; já em São João, o caso de violência foi revelado pelos bombeiros voluntários, dia 23, quando eles atenderam a vítima. O Coletivo Mulheres do Brasil em Ação (CMBA), com atuação em Penha, Piçarras e região, também acompanha os desdobramentos destes casos.